terça-feira, 9 de abril de 2013

Carneiro: o fogo juvenil que acende a Primavera


Com o encerrar dos ciclos lunar (a última Lua Nova em Peixes, último signo do Zodíaco) e solar (Sol em Peixes) encerrou-se também um ciclo astrológico, enquanto outro começa em Carneiro. Como vimos antes, e como é evidente, os planetas que no mês passado se agruparam em Peixes vão passando de seguida para Carneiro. Até meados de Abril hão-de chegar a juntar-se nesse signo uns 5 planetas (Urano, que já lá está desde 2011, Marte, Vénus, Sol e Mercúrio), e ainda a Lua Nova de 10 de Abril, também em Carneiro. Portanto, esta é a energia que se segue, e virá justamente com a primavera, o tempo de tudo o que é novo e cheio de energia vital. É a altura ideal para plantar as sementes de novos projectos, de agir, de seguir impulsos e realizar sonhos. 

O sol está em Carneiro até 19 de Abril. As qualidades de Carneiro, agora potenciadas pelo sol, são o entusiasmo, a espontaneidade, a impulsividade, a capacidade de iniciativa e o pioneirismo. Os aspectos mais complexos desta influência têm a ver, claro, com os impulsos descontrolados, a impaciência, a incapacidade de recuar e ver “the big picture”, a incapacidade de fazer e seguir planos ordenados, a falta de sensibilidade para os detalhes e para com os outros, o excessivo “cortar a direito”, etc. Carneiro, como primeiro signo do Zodíaco, e anunciador de novos começos, tem uma natureza tendencialmente infantil: as suas motivações são simples, a sua forma de agir é directa e imediata, os seus desejos são imperativos, a sua capacidade de antever e planear o futuro, bem como a sua paciência, são diminutas, a sua vitalidade e potencial de crescimento é grande, a sua disposição é consideravelmente ingénua e franca, e a sua consciência não conhece a culpa ou o remorso. 

Vénus está em Carneiro até 15 de Abril, e portanto todas as actividades “venusianas” são coloridas pela natureza deste signo. Vénus rege todos os relacionamentos com o mundo exterior aos quais atribuímos um valor palpável, seja físico ou material. Isto significa, para além das relações humanas, a nossa relação com o dinheiro e os valores materiais, a nossa relação com a aparência das coisas (aquilo que desejamos pelo aspecto estético) e a nossa relação com tudo o que nos traz prazer. Em Carneiro, todos estes aspectos são vividos de forma directa e espontânea. O prazer, o amor, a beleza e os bens materiais são procurados com particular impetuosidade. Durante algum tempo, o nosso lema de vida pode tender para algo como “aproveita o momento”, “a vida é curta”, “é agora ou nunca”. Se tivermos em conta a natureza directa, relativamente auto-centrada e impulsiva de Carneiro, ser-nos-á mais fácil recuar um pouco quando for necessário. No que respeita às relações inter-pessoais, devemos ter em atenção a sensibilidade dos outros; no que respeita aos prazeres materiais, podemos tentar prevenir excessos (comer ou beber demais, por exemplo); no que respeita ao enamoramento rápido pelo que consideramos “belo”, ter em conta que a maior parte da beleza do mundo é efémera; e no que respeita à conquista de dinheiro ou bens materiais, meditar sobre a ilusão que representam… de resto, é aproveitar a energia ígnea do signo, que anuncia o despertar da natureza e da vitalidade no nosso corpo e na nossa psique. 

Marte está em Carneiro até 20 de Abril, e Marte é precisamente o regente deste signo. Portanto, Carneiro não só é iluminado pelo sol até esta data, como está reforçado pela presença do seu regente! Mais uma vez, todas as características de Carneiro estão potenciadas, e até duplamente potenciadas. Porém, Marte tem essencialmente uma natureza bélica e competitiva, que reforça sobretudo este aspecto de Carneiro. As palavras-chave desta conjuntura são, para além das já referidas: acção, conquista, triunfo, confiança, coragem, atrevimento, ousadia, competitividade, rapidez, impaciência, arrogância, e até possivelmente egoísmo. 

Ainda por cima Urano está também em Carneiro desde 2011 (e aqui ficará até 2019), tornando-nos pouco pacientes para com todo o tipo de restrições. Embora esta conjuntura afecte sobretudo a sociedade como um todo, a tendência geral é para nos livrarmos de tudo o que nos tolhe, prende e limita, inclusivamente as nossas próprias limitações mentais e emocionais. O “problema” aqui reside na ligação entre o excesso de fogosidade, a impetuosidade infantil e o carácter irreflectido de Carneiro, e a natureza errática e imprevisível de Urano, que pode agir com a rapidez e a força brutal de um relâmpago. Basicamente, é como chegar fogo ao rastilho de uma bomba, e das grandes. Corremos o risco de uma grande e caótica explosão, sem alvo definido, daquelas que fazem muitos danos colaterais. Não resta muita paciência para negociações, nem frieza para avaliar uma dada situação, nem qualquer capacidade de ouvir o outro ou de contemporizar; não há inocentes nem tempo a perder. Este Urano pode virar o nosso mundo do avesso, literalmente. 

A partir de dia 13, Mercúrio sai de Peixes e entra… claro, em Carneiro. É bom que nos habituemos à energia de Carneiro, porque está a ser reforçada por todos os lados. A comunicação pisciana, gentil e intuitiva, dá lugar às ideias originais e inovadoras típicas de Carneiro, sempre apresentadas com muita assertividade. Tendemos a falar com os outros de forma directa, sem rodeios, sem cuidados e sem muitos detalhes. Tomamos decisões rápidas, por vezes até irreflectidas. É fácil ter discussões, desde proveitosas trocas de ideias até disputas violentas. Nesta situação ninguém gosta de perder, e a capacidade de argumentação está no seu máximo. Por outro lado, é uma altura propícia a ter “iluminações” repentinas, e muita criatividade. 

Por fim, a Lua Cheia de dia 25, em Escorpião, traz um eclipse solar em conjunção com Saturno e em oposição a Marte e ao Sol (já em Touro), cuja energia pode durar cerca de 6 meses. Como existe tensão entre a energia de Escorpião, onde está a lua, e a de Touro, onde estão o sol (Escorpião e Touro são signos opostos), este eclipse pode representar a libertação de tensões, criando desconforto e até dor, mas também oferecendo a possibilidade de um novo começo. Uma Lua Cheia representa sempre uma época de culminação, e a promessa (ou o potencial) de realização de quanto foi começado na Lua Nova. Mas a Lua Cheia em Escorpião é uma lua emotiva, relacionada com sensações profundas e com o mergulho nas águas do inconsciente. Escorpião não aprecia, nem conhece, a superficialidade. Uma vez que a Lua Cheia, por si própria, já facilita um clima emocional, por vezes mesmo inconstante, é natural que se sucedam as alterações de humor nos dias que antecedem o pleno lunar. Na pior das hipóteses, virão à tona as emoções que tendemos a recalcar, e seremos forçados a lidar com os nossos temores e fragilidades, particularmente no plano das relações íntimas, onde podem surgir questões ligadas com carências afectivas (ciúmes, solidão, sentimentos de abandono ou falta de amor, etc.). Mas também é possível que se manifestem medos relacionados com carências materiais. 

A Lua Cheia traz à superfície e exibe diante da consciência tudo o que estava oculto. Logo, uma das razões do nosso mal-estar poderá ser o facto de estarmos a lidar com ideias, fantasias e especialmente emoções inconscientes ou reprimidas, que lutam para serem reconhecidas e libertadas. A única forma de nos libertarmos dos nossos medos é enfrentá-los, e aqui voltamos a Escorpião, que também lida com os processos interiores de cura, quer físicos quer psicológicos. Conjugada com o apelo prático do Sol em Touro, a Lua pode ajudar-nos a encontrar e expressar a nossa intimidade de forma genuína e com auto-confiança, e a deitar fora tudo o que já não nos serve, em todos os aspectos da vida, mas particularmente na nossa psique. É uma boa altura para fazer um auto-exame, da mesma forma que pomos as contas em dia. Aliás, a Lua Cheia em Escorpião favorece a contabilidade e o tratamento dos impostos, agora que é altura de apresentar o IRS. 

Vénus e Marte, Sandro Botticelli,1480
Mais um factor a ter em conta: esta Lua Nova em Carneiro estará em conjunção com Vénus e Marte, os impulsos contraditórios (mas conjugáveis, como nos diz o relato mitológico dos amores entre ambos) do Amor e da Guerra. A questão é que Marte está em casa, como já vimos, mas Vénus sente-se aí como uma “convidada” pouco à vontade. A relação entre ambos ressente-se de uma certa apatia de Vénus, que em Carneiro não se sente totalmente segura para corresponder aos avanços de Marte. Esta atmosfera reflecte a possível falta de sensibilidade masculina/juvenil de Carneiro, quando avança com demasiada impulsividade e falta de subtileza diante do “outro”, aqui representado pelo aspecto feminino/venusiano. Fica evidente a necessidade de prestar atenção a conjunturas deste género na nossa vida: podemos aproveitar estes dias em torno da Lua Cheia para tentar identificar em todos os encontros que temos, quer com outras pessoas quer com situações que nos vão surgindo, este possível excesso de energia fogosa, por um lado, e a energia que se lhe opõe, por outro. Talvez consigamos perceber que ao avançamos de forma mais impetuosa a reacção do “outro” é o retraimento, e também que, quanto mais longe da nossa “zona de conforto” estamos, mais nos retraímos. 

Noutro contexto, uma sugestão prática para estes dias está relacionada com a entrada da primavera, que possivelmente sentiremos com mais força a partir da Lua Nova de dia 10, marcada por toda a ênfase posta em Carneiro e na sua energia solar e pioneira. É a altura ideal para as famosas “limpezas da primavera”, quer dentro quer fora de nós. É tempo de arrumar, limpar, libertar os espaços de tudo quanto guardamos em excesso, e fertilizar tanto a terra como o nosso corpo e a nossa criatividade. Este processo de limpeza é reforçado pela Lua Nova de dia 25, que, como já referimos, também ajuda a pôr as contas em ordem!

segunda-feira, 11 de março de 2013

Sete luzes sobre as águas de Peixes






Há muito que estamos como o Coelho Branco da Alice no País das Maravilhas, sem tempo para nada. Quem segue o blogue já reparou, e só podemos pedir desculpas. Continuamos sem tempo hoje também, mas com muita vontade de assinalar este dia muito especial (11 de Março), que anuncia a Primavera próxima.

Um stellium é um conjunto de planetas (três ou mais) que se agrupam num signo ou casa por um determinado período, amplificando a energia desse signo ou casa enquanto lá se encontram. O signo de Peixes tem sido, no último mês, o anfitrião deste encontro, e a casa está praticamente com lotação esgotada. Primeiro recebeu Marte, Chiron e Neptuno, depois chegou Mercúrio, mais tarde Vénus e o próprio Sol, e hoje a festa fica completa com a chegada da Lua. Até amanhã, quando a Lua terminar a sua (sempre) breve visita, estes sete planetas fazem da modesta habitação de Peixes a mais brilhante, ruidosa e animada do Zodíaco.

Contra-relógio, não nos é possível fazer uma análise mais profunda deste encontro cuja magia fica bem simbolizada pelo número sete, mas tentaremos realçar alguns pontos fundamentais. Sabemos quais são, genericamente, as características de Peixes: sensibilidade, vulnerabilidade física, psíquica e emocional, empatia, tolerância, ausência de limites rígidos entre “eu” e o “outro” (seja este outra pessoa, ou qualquer agente exterior), compaixão, adaptabilidade, imaginação, visão de conjunto, capacidade de entrega, serviço, amor universal, mergulho nas profundezas do inconsciente, capacidade de transformação e regeneração, misticismo e fé.

Também não é difícil compreender como estas qualidades se podem transformar em obstáculos, caso sejam vividas de forma desequilibrada. Hiper-sensibilidade e demasiada vulnerabilidade levam alguns peixes ao caminho da eterna vitimização, inutilizando a mais-valia que representariam caso fossem bem utilizados e dirigidos. Excessiva tolerância e ausência de limites conduzem a um caos do qual dificilmente sai qualquer criação, porque a criação exige alguma capacidade de dirigir a energia, dando-lhe uma forma definida. A compaixão sem objectividade faz Peixes perder-se num mar de emoções, fazendo-o sofrer em vão e impedindo-o de ajudar ao outro de forma eficaz. A lista podia continuar: excessiva dependência emocional, escapismo e alienação em relação ao mundo e às suas regras, falta de sentido prático, falta de clareza mental, auto-indulgência, crendice e irracionalidade.

Estes são, portanto, os temas destacados pelas sete luminárias que hoje abrilhantam a casa de Peixes. Estamos mais sensíveis a influências exteriores, mais sonhadores, mais empáticos e tolerantes, mais disponíveis, mais abertos ao inconsciente e mais espirituais, mas talvez também excessivamente vulneráveis, menos organizados, menos práticos e menos capazes de definir limites. Assim conhecemos as águas que navegamos.

Vejamos o papel da Lua, sétimo e fundamental elemento deste stellium. Como Lua Nova, ela rege os projectos em potência, aqueles que florescerão com a Lua Cheia (e a próxima é a Lua Cheia da Primavera, tempo perfeito para fazer brotar novidades). Peixes, o sonhador do Zodíaco, encontra aqui um momento muito propício para criar na sua imaginação aquilo que Carneiro, a partir de dia 20, ajudará a concretizar, auxiliado pela energia primaveril. Para já, podemos contar com a energia de Marte, um dos ilustres participantes nesta conjugação planetária, para vitalizar as sementes que hoje lançamos à terra.

Esta Lua Nova em Peixes propõe-nos também viver de acordo com novas leis, que nem sempre são concordantes com as leis da sociedade. Neste período, muitos de nós estão certamente a ser confrontados com a necessidade de respeitar regras pessoais e seguir por novos caminhos, que estejam mais de acordo com a sua verdade interior. Apesar do impulso recebido por parte de Marte, Peixes não tem por hábito a revolta armada, por isso é mais provável que este processo assuma a forma de uma resistência passiva às imposições exteriores, e de uma subtil mudança de orientação na forma de viver e de nos relacionarmos com o mundo e os outros.

De seguida, é-nos proposto o tema da cura. Este é um bom período para iniciar qualquer processo de cura ou desintoxicação, desde uma dieta até uma terapia psicológica. Mas é sobretudo útil no que respeita à cura interior, à profunda renovação do Ser, ao mergulho nas profundezas do inconsciente para resgatar a criança ferida que se encontra em todos nós. Chíron está aí para ajudar neste processo terapêutico, e a forma pisciana de o empreender é através da rendição e da confiança. No seu nível mais elevado, Peixes sabe que o Universo o sustentará quando se deixar cair no escuro oceano da psique – e a Lua Nova estará lá para o acompanhar.

Limpos, poderemos então servir. O Serviço, na sua acepção mais elevada, é a derradeira proposta de Peixes, e parte da compreensão de que tudo é Um, não existindo fronteiras reais entre nós e os restantes seres. Em Peixes, o último signo do Zodíaco, o Homem completa o seu percurso de aprendizagem, e pode tornar-se um guia, um consolador e um curador para o seu próximo. É-lhe, porém, exigido que não tente sobrepor a sua vontade à vontade cósmica, tomando as rédeas da situação e impondo o seu desejo de prestar auxílio; neste ponto é necessária a maior das humildades, que implica aceitar que nem sempre é possível resolver uma situação ou ajudar o outro.

Por fim, este é o tempo de nos desapegarmos de tudo aquilo que já não nos serve, desde as nossas próprias crenças – por vezes, mesmo aquelas sobre as quais erguemos a nossa vida – até às pessoas ou situações que não mais pertencem ao nosso presente. Aqui estão incluídos muitos objectos materiais inúteis que acumulamos em casa, o peso que acumulamos no corpo, a dor que acumulamos no coração ou os medos que acumulamos na psique. Deixemo-los partir com a água de Peixes, sob a influência purificadora da Lua Nova, mesmo que nos pareça demasiado difícil. Mais difícil será viver a arrastar tais pesos.

Resta dizer que não vale a pena pensar que nos podemos esconder da Verdade, quando sete luzes brilham sobre a nossa cabeça. Se queremos viver de acordo com os ritmos cósmicos, este é o momento de a reconhecer e aceitar a Verdade. E a Verdade |nos| libertará.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A vida é uma roda


Eu tinha um texto começado em Outubro que era assim: 

"Depois de um título com tanta categoria até bloqueei. A vida também pode ser um Carro, um Sol, uma Estrela, um Julgamento, uma prisão, um prado, um ciclo de oitenta anos a fazer bolinhos de canela com raspa de limão, um ciclo de oitenta anos a olhar para o horizonte, um ciclo de oitenta anos a colocar botox preventivo na testa desde os quarenta, que é o destino que eu tenho pedido a Nosso Senhor e que me disponho a trocar pelo actual; com as continhas para pagar, o carrinho utilitário, as viagens que faço de esfregona na mão para reduzir as despesas da minha guesthouse, que por acaso também é a minha casa. Mas este não é um texto neo-realista, é um texto de tarot, sobre a carta Roda da Fortuna. 

Não percebo grande coisa desta carta, mas resolvi escrever sobre ela porque o seu número, 10, remete para o mês de Outubro (eu disse que comecei a escrever isto em Outubro). E porque o seu significado incontestável é mudança e eu associo o Outono a mudanças: as folhas caem das árvores, as andorinhas vão-se embora para África, cheira a castanhas assadas ao pé da estação quando eu ainda estou a apanhar o comboio para a praia (um dia gostava de falar acerca disto com o Presidente da Câmara, ou com quem decide o dia em que acabam os gelados e começam as castanhas)". 

Curiosamente, e muito a propósito, eu também associo o início do ano a mudanças, desde há cerca de dez minutos e depois de reflectir sobre o assunto. Isto porque se bebe champanhe e se escreve listas de objectivos. Há até quem as enterre na terra, para que os objectivos floresçam como as flores, e há quem as enterre no vaso da vizinha, à falta de melhor. Neste momento muita gente sabe que em 2013 eu pretendo ser criativa, ir à praia e ter gémeos, mas como a lista não estava assinada, também não sofro muito com isso. Além de que o vaso não era da minha vizinha, mas da vizinha da Patrícia, a que rosna quando uma pessoa se engana na campainha. 

"Está então esclarecido que eu não sou uma grande especialista na carta, mas se deixo passar mais uns dias perco a oportunidade de escrever um texto cheio de pertinência – e custa-me que pensem que este contributo pessoal para uma aprendizagem do tarot não tem lógica nenhuma (ahahah). No entanto, a verdadeira razão porque escolhi escrever sobre esta carta prende-se com o facto dela surgir tantas vezes nas minhas leituras. Neste momento, supera largamente a outra, a do miúdo a fazer yoga."

Mas não é a vida assim mesmo? Precisamos de parar para prosseguir. Precisamos de nos preparar para a caminhada. Eu, pessoalmente, não sei decidir o que é mais importante. Acho que é tudo. Aliás, quando eu digo parar não quero dizer que as pessoas fiquem estanques e coladas ao chão. Há tanto que se faz enquanto não se faz nada. Eu fartei-me de crescer. Sendo a minha vida de um desinteresse absoluto, termino com a seguinte conclusão: ao sair a Roda da Fortuna preparem-se para grandes e boas mudanças. Esta carta costuma anunciar o novo. Fosse eu uma taróloga vulgar e era bem capaz de dizer que não há mal que sempre dure.