terça-feira, 16 de outubro de 2012

Lua nova em Balança - mais uma oportunidade


Há cerca de 10 dias atrás, a 5 de outubro, Saturno deixou o signo de Balança, e o foco das suas lições de vida passou para os temas regidos por Escorpião. Durante dois anos tivemos oportunidade de trabalhar a energia de Balança sob um ponto de vista implacavelmente realista, e cada um terá feito as suas aprendizagens pessoais no domínio dos relacionamentos e das parcerias, com resultados que se vão revelando ao longo do tempo.

Mas agora, e durante os próximos 28 dias, podemos revisitar estes temas, acompanhando a Lua nova que desperta na casa de Balança. Se as lições dos dois últimos anos foram aprendidas (ainda que mais ou menos inconscientemente), teremos uma boa oportunidade para “começar de novo”. Já sabemos que a Lua nova e os dias imediatos – o primeiro instante, ou parto, de um ciclo lunar – são o momento perfeito para lançar novas sementes à terra; qualquer iniciativa tem nestes dias um potencial de sucesso acrescido, seja ela voltada para o início de um projecto absolutamente novo, ou para a renovação e regeneração de algo enfraquecido, viciado ou desvirtuado. A energia de uma Lua nova pode ser canalizada para uma verdadeira transformação da nossa consciência e da nossa vida.

Em Balança, esta Lua inaugura um ciclo dedicado aos relacionamentos que mantemos, e sobretudo (mas não só) aos relacionamentos amorosos. Dá-nos mais uma hipótese de olhar, com olhos limpos, para este par formado por “eu o e outro”. Uma das qualidades de Balança é a capacidade de negociação e de harmonização dos opostos, que podemos ajudar a trazer conscientemente para as nossas relações.

Ao mesmo tempo, Vénus – regente de Balança – está em Virgem, a Donzela arquetípica, aquela que não conhece senhor e é dona de si própria. Mas a peça representada pela Lua em Balança e Vénus em Virgem é, mais do que uma história no feminino, uma narrativa da alma humana. Em cada um de nós, homem ou mulher, desperta agora esta tranquila independência da alma (Vénus em Virgem) que nos permite saber quem somos, aceitá-lo, e relacionarmo-nos com os demais a partir daí. Se Balança nos ensina a ceder um pouco para ir ao encontro do outro, esta posição de Vénus ensina-nos a não ceder tudo, permitindo-nos ver com clareza onde é que nos situamos perante nós, os outros e a vida. Balança mostra-nos até que ponto o outro é o nosso espelho (e aqui vale o diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és); Vénus em Virgem mostra-nos que, enquanto estivermos sujeitos às leis deste mundo, o outro é uma realidade separada e autónoma. As duas aprendizagens são verdadeiras, cada uma ao seu modo, e fundamentais para nos sabermos relacionar. Entre uma e outra energia, podemos aproveitar estes dias para nos reconhecermos como parceiros de direito próprio diante do outro, e vice-versa.

Este é também o tempo certo para corrigir desequilíbrios, incluindo os desequilíbrios dentro de nós mesmos (por exemplo, entre as nossas atitudes conscientes e as nossas pulsões inconscientes), ou aqueles tão exteriores como o desequilíbrio cósmico entre o masculino e o feminino. Nos relacionamentos, trata-se de equilibrar as nossas necessidades com a do parceiro, criando uniões mais harmoniosas e verdadeiras, mas também (e sobretudo) mais amorosas.

Uma possibilidade trazida por esta Lua é a do encontro, em nós mesmos, da polaridade oposta – o arquétipo masculino para uma mulher, o feminino para um homem – exigindo reconhecimento e integração. Tal encontro, geralmente despoletado por alguém ou por um acontecimento exterior, pode atiçar um enamoramento ou uma paixão. A paixão, que de certa maneira se opõe à forma mais elevada da energia amorosa de Vénus/Balança, conduz-nos, encadeados e ébrios, para dentro de nós mesmos, em direcção às projecções inconscientes do Ego: a pessoa que nos desperta o coração nada mais é que um catalisador do encantamento que sentimos diante do nosso próprio reflexo, adivinhado num ser exterior. Esta é uma versão bem conhecida do “casamento alquímico”, também simbolizado pela Lua nova, ou conjunção entre a Lua e o Sol.

Porém, trata-se aqui sobretudo de um movimento de unificação interior, que não deve ser confundido com uma relação amorosa livre e consciente. O amor, ao contrário da paixão, mostra-nos o outro em todo o esplendor da sua verdade, da sua unicidade e da sua infinita complexidade. A Lua nova em Balança vem também activar a capacidade de ver o outro por dentro, de o reconhecer na sua essência, de o encontrar em todos os sentidos, e esta é a oportunidade que não devemos realmente perder.

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