sexta-feira, 20 de abril de 2012

O Touro, o Sol e a Lua (Lua Nova de Abril)

Hathor com o disco solar
Na passada sexta-feira, dia 13 de Abril, Marte regressou ao movimento directo no signo de Leão, que ocupa há cinco meses e onde permanecerá ainda até 21 de Junho. Terminou assim o longo período retrógrado deste planeta, iniciado em Janeiro, e cujos efeitos se farão ainda sentir de alguma forma até 19 de Junho, data na qual regressa ao ponto onde estava quando inverteu a marcha (23o de Virgem). Aqueles com signos mutáveis (Gémeos, Virgem, Sagitário ou Peixes) em pontos estratégicos da carta natal terão sentido mais fortemente esta fase na qual os arquétipos de Marte se projectam de forma particularmente insistente na nossa psique, ao mesmo tempo que vemos a sua energia reprimida ou enfraquecida na nossa vida diária. O movimento retrógrado de Marte, sob o domínio do ardente deus da guerra, veio reduzir a nossa energia física e motivação, a capacidade de encetar e desenvolver esforços, de perseguir paixões e desejos, de ser assertivo e impulsivo. O entusiasmo e a energia marcianos regressarão lentamente à nossa vida a partir de agora, embora ainda seja necessário esperar que Saturno retome a sua marcha directa para que os ritmos regressem à normalidade.
Mas para já, podemos esperar com entusiasmo a Lua Nova, ou encontro do Sol e da Lua, que ocorre este mês às 8.18h de sábado, dia 21 de Abril, hora de Lisboa. Terminado o ciclo lunar anterior, definido pela Lua Nova em Carneiro de 22 de Março, principia o ciclo da Lua Nova em Touro. É a altura perfeita para iniciar projectos, tomar decisões, e reproduzir a atitude e o entusiasmo que sentimos de forma geral a 1 de Janeiro, diante de um novo ano. A energia destes dias é criativa, audaz e focada, e pode ser canalizada para uma verdadeira transformação da nossa consciência e da nossa vida. É o momento certo para deitar novas sementes à terra, tanto em sentido figurado como literal.
De forma geral, a Lua Nova permite “recarregar baterias” para o mês que se segue. Sendo uma altura propícia à interiorização (quando a Lua se apresenta escondida e “voltada para dentro”, e não para a acção no mundo), podemos deparar-nos com aspectos ocultos do nosso inconsciente, medos, dores ou pulsões recalcadas que procuram a luz. Estamos mais perto de tomar consciência dos padrões emocionais que nos dominam, e o abismo entre o consciente e o inconsciente esbate-se. Sendo um momento no qual os opostos se equilibram (Sol e Lua, feminino e masculino, razão e emoção, etc.), podemos sentir igualmente uma tendência para o equilíbrio nas nossas vidas, psiques e corpos. As interacções com o mundo podem tornar-se também mais harmoniosas, e é natural que isto seja particularmente sentido entre polaridades opostas, como acontece num casal. Também as barreiras entre o Eu e o Outro se diluem, e podemos ficar mais atentos e sensíveis aos que nos rodeiam.
No entanto, a Lua Nova também pode ser uma altura difícil e dolorosa, quando a nossa sensibilidade está no auge. Se voltarmos ao tema da harmonização dos opostos, talvez possamos entender melhor esta questão. Quando as nossas tendências se extremam, retornar ao equilíbrio exige um impulso forte no sentido contrário, e esse impulso terá como consequência imediata uma sensação de mal-estar e vulnerabilidade. Será melhor aceitar, mais uma vez, aquilo que sentimos, permitindo que seja iluminado pelo Sol da consciência, e não lutar contra a natural correcção dos desequilíbrios.
De qualquer forma, esta Lua Nova ocorre com aspectos muito favoráveis. A conjunção entre o Sol e a Lua, no primeiro grau de Touro, forma um triângulo com Marte em Virgem e Plutão em Capricórnio, unindo três signos do elemento terra. Recebe ainda influências favoráveis de Neptuno em Peixes e de Saturno exaltado em Libra (Balança). É um magnífico encontro da criatividade (Sol) com a emotividade (Lua), a imaginação (Peixes), os prazeres sensíveis e artísticos (Touro) e o amor e a beleza (Libra). Virgem e Capricórnio garantem método e capacidades práticas a todo este imenso potencial criativo.
O Sol em Touro é sensual, materialista e prático, enquanto a Lua em Touro é romântica e instintiva. O seu encontro corresponde a um despertar de todos os sentidos, e ao desejo de desfrutar dos “prazeres simples” da vida: amigos, relacionamentos, boa música, boa comida, a natureza e a beleza no geral. Embora o risco deste signo seja o de exagerar na busca de satisfação e posses materiais, é sempre verdade que a beleza, a alegria e o encantamento com as formas do mundo também têm o poder de nos inspirar e transportar a esferas superiores da consciência. Touro pode ajudar-nos a materializar o espírito, desde que saibamos resistir aos excessos da matéria e dos sentidos. Neste contexto, esta é também uma boa ocasião para reavaliar a nossa relação com os bens materiais e o nosso sentido de posse, mesmo em relação àqueles que nos rodeiam.
Tenhamos portanto um fim-de-semana cheio de beleza e romance, aproveitando a autêntica “festa dos sentidos” que é a época primaveril, e desfrutando da presença dos outros e de tudo que está disponível para nós com prazer e reconhecimento. 

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