Este
domingo estaremos sob a influência de uma Lua Nova e de um eclipse solar
anelar, que infelizmente não poderemos ver (será visível apenas na Ásia, no
Pacifico e na América do Norte, e apenas a China, o Japão e parte dos EUA
poderão observar o anel de fogo na sua totalidade). No entanto, não deixaremos
de ser influenciados pelo simbolismo deste momento, que terá o seu “par” no
eclipse lunar de 4 de junho. Neste domingo a Lua ocultará até 94% da face do
Sol no grau 0 de Gémeos, havendo ainda um raríssimo alinhamento da Terra, do
Sol, da Lua e da constelação das Plêiades.
Alcione,
a estrela principal da constelação das “sete irmãs”, que é na realidade um
agrupamento de estrelas (uma “estrela de estrelas”, segundo os registos
babilónicos) está precisamente no grau 0 de Gémeos, permitindo um alinhamento
perfeito. Aqueles que mantêm a crença na já famosa “profecia maia” (inscrição
maia aludindo a um acontecimento cataclísmico que levaria à destruição da Terra
em 2012) esperam este evento cósmico como um sinal precursor da sua realização,
uma vez que Alcione e as Plêiades assumiriam supostamente um papel muito
significativo na sua cosmologia. Consideradas tradicionalmente como estrelas da
chuva, as Plêiades trariam não apenas a chuva que fertiliza os campos, mas também
a tempestade que provoca cheias e inundações – ou as lágrimas dos homens.
As Plêiades, Elihu Vedder, 1885
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Embora
possamos ter como seguro que o despertar de Alcione não deve ser temido como
sinal de uma catástrofe iminente, será sensato ficar atento ao que se passa
dentro de nós mesmos. No nosso próprio microcosmo, o alinhamento da Terra, do
Sol e da Lua com a mais brilhante das estrelas chorosas poderá ser sentido com
particular intensidade. Até porque Neptuno, o planeta baptizado com o nome do
deus dos oceanos, formará um ângulo desfavorável com o eclipse, favorecendo
problemas com as águas sob qualquer manifestação. Estes problemas poderão estar
eventualmente relacionados com as “águas do inconsciente”, tantas vezes
pantanosas, despoletando recordações e sentimentos confusos e ambíguos. Estando
todos nós sob o efeito de Vénus retrógrado, devemos ficar atentos ao poder de
Neptuno em aspecto desfavorável, sabendo que potencia o escapismo em relação ao
presente (qualquer tentativa de fuga à realidade, incluindo o abuso de drogas e
álcool), o refúgio nas memórias do passado, a fantasia e o devaneio
inconsequente, a ansiedade e a incoerência.
Por
outro lado, e ainda durante o eclipse, Vénus fará um ângulo muito favorável com
Saturno, favorecendo os compromissos, a lealdade, o respeito mútuo e a
estabilidade nos relacionamentos amorosos. A capacidade de diálogo pode crescer
(Vénus está em Gémeos), e planos ou situações pouco definidos podem começar a
ganhar contornos mais nítidos. Quer como amigos, quer como amantes, temos a
possibilidade de crescer em maturidade. É verdade que esta tendência pode
também arrefecer algumas relações, mas isso provavelmente significa que se
baseavam principalmente num entusiasmo passageiro, que não suporta o realismo
saturnino. Esta conjunção vem beneficiar sobretudo os amantes mais
amadurecidos, reforçando a sua capacidade de desfrutar profundamente do
presente vivido em conjunto.
No
caso das relações sólidas, e apesar da influência de Vénus retrógrado (até 27
de junho), este aspecto deverá prevalecer sobre as lágrimas, as dúvidas e a
melancolia neptunianas. Com atenção e serenidade poderemos mesmo descobrir uma
nova faceta nos nossos relacionamentos – a capacidade de expansão do coração e
de amor universal, a compaixão e a empatia com o outro e a vivência espiritualizada
dos relacionamentos, dons que Neptuno confere na sua oitava superior. Em certa
medida, e dependendo do nosso grau de consciência e vigilância, a escolha é
nossa.
Eclipse solar em Stonehenge, William Blake
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De
resto, o eclipse solar de 20 de maio promete ser muito benéfico de forma geral.
Júpiter estará em conjunção com este acontecimento cósmico, contribuindo para a
energia positiva da Lua, que é sempre multiplicada durante um eclipse. Logo no
dia seguinte, a 21 de maio, Mercúrio e Júpiter estarão conjuntos em Gémeos,
anunciando boas notícias de forma geral, e facilitando aquilo que é de esperar
de qualquer Lua Nova e eclipse solar: novos princípios. Embora não seja
aconselhável tomar decisões fundamentais nos dias próximos aos eclipses, este
fim-de-semana será um eixo de viragem para o futuro: como em todas as luas novas, é tempo de deixar partir aquilo que já não nos serve e receber o Novo.
Isto é propiciado pelo encontro entre Mercúrio, a Lua Nova e Júpiter, que abrem
o caminho do futuro, e até mesmo pela quadratura inevitável entre Júpiter e
este Neptuno “atormentado”, abrindo espaço para a libertação de emoções
antigas. Resistir às mudanças que a vida propõe não é sensato, e para nos
encaminhar nas necessárias metamorfoses temos justamente a ajuda de Mercúrio e
da Lua Nova e eclipse em Gémeos, signo regido pelo deus das transmutações.
O cuidado principal a ter durante este período diz respeito à influência de Neptuno, mas também este ponto pode ser entendido como positivo, se servir o propósito real de todas as influências cósmicas: o de nos proporcionar lições e insights. Atenção à distinção entre o real e o ilusório, e à tentativa de fuga ao momento presente: a vida é aqui e agora.
O cuidado principal a ter durante este período diz respeito à influência de Neptuno, mas também este ponto pode ser entendido como positivo, se servir o propósito real de todas as influências cósmicas: o de nos proporcionar lições e insights. Atenção à distinção entre o real e o ilusório, e à tentativa de fuga ao momento presente: a vida é aqui e agora.
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